Design Thinking revoluciona forma de pensar soluções e inovações empresariais

Identificar fatores que compõem problemas complexos e entregar soluções inovadoras que atendam às necessidades de usuários de produtos e serviços diversos. É com esse mote que o conceito do Design Thinking (pensamento de projeto em tradução livre), tem ganhado cada vez mais espaço em ambientes corporativos de diferentes áreas, como ferramenta para orientar a busca de ideias e projetos que podem melhorar a vida das pessoas.

O ponto de partida do processo é a postura de empatia - de empresas, gestores e colaboradores, para melhor entender sentimentos, comportamentos e desejos de quem está no outro lado do balcão, conforme explica Silvia Inês Dallavalle de Pádua, professora e coordenadora dos cursos de MBA em Gestão de Projetos e Administração da Fundação, ligada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP). “O Design Thinking atua com criatividade, inovação e adaptação às mudanças para atender um mundo em constante evolução, em uma variedade de campos, incluindo negócios, design, educação e saúde”, explica Silvia.

Entendido em sentido amplo como uma abordagem diferenciada, centrada no ser humano, o Design Thinking envolve a compreensão profunda das necessidades do cliente, geração de ideias criativas de forma colaborativa, e desenvolvimento rápido de protótipos de soluções para serem testados. “É uma abordagem flexível, experimental e adaptável, mas o sucesso pode depender da cultura organizacional, do comprometimento da liderança e da disposição dos membros da equipe em atuar dessa forma”, ressalta Silvia Dallavalle de Pádua.

Possível de ser adotada em diferentes contextos, a ferramenta Design Thinking não é privilégio da iniciativa privada. “Na administração pública, a abordagem é aplicada na melhoria dos serviços, planejamento urbano, políticas sociais, educação e saúde. Prefeituras podem usá-la para entender melhor as necessidades dos cidadãos e projetar serviços públicos mais acessíveis e eficientes. Instituições sociais e fundações terão ajuda no desenvolvimento de programas e iniciativas que tenham impacto positivo nas comunidades que atendem”, detalha a coordenadora da Fundace. Projetos pessoais também podem se utilizar do DT, que é aplicado em cinco etapas: empatia, definição do problema, ideação, prototipagem e teste (veja quadro ao final do texto).

Desenrolar “nós”
Objetivamente usado para resolver problemas complexos, o Design Thinking é relevante nas mais diversas profissões, conforme esclarece a professora Silvia Dallavalle de Pádua. “Há pelo menos cinco razões genéricas que tornam essa ferramenta valiosa para todos os grupos: foco na solução de problemas complexos e sem soluções óbvias; ser centrada no usuário ou cliente (interessado/cidadão), olhar fundamental para o sucesso; estimula a criatividade e inovação, diferencial importante num mundo onde a mudança é constante e a concorrência é acirrada; ser um processo colaborativo e multidisciplinar; promover interação e aprendizado contínuo”.

Ter traquejo para propor e comandar processos que utilizam a ferramenta do Design Thinking é uma habilidade que se inicia no querer visionário do profissional, seja empresário, gestor ou autônomo. “O curso de MBA em Gestão de Projetos, oferecido pela Fundace, dispõe de um módulo sobre gestão de projetos inovadores que aborda exatamente das duas funções centrais do DT, que são a amplificação do conceito tradicional de design no enfrentamento dos desafios dos negócios e da sociedade; e ir além das habilidades do designer profissional treinado e ser disponível para qualquer pessoa que queira dominar sua mentalidade e seus métodos”, acrescenta a coordenadora Silvia, lembrando que conglomerados como a IBM, Apple, Alphabet e SAP fizeram do Design Thinking o foco de suas operações.

Segundo ela, a adoção do Design Thinking como abordagem estratégica para inovação e resolução de problemas oferece uma vantagem competitiva e significativa às organizações, desde o desenvolvimento de produtos até as práticas de gestão. “As organizações podem catalisar a criatividade, otimizar a experiência do cliente e impulsionar a eficiência operacional. Nesse contexto, a busca pela empatia, definição clara dos problemas, geração de ideias divergentes, prototipagem rápida e teste contínuo tornam-se elementos fundamentais para alcançar soluções inovadoras e alinhar-se dinamicamente às demandas do mercado”, conclui Silvia Dallavalle de Pádua.

Etapas de aplicação do Design Thinking
Empatia: compreensão profunda das necessidades, desejos e experiências do público-alvo por meio de pesquisa, observação e entrevistas
Definição do problema: refinamento do problema a ser resolvido com base nas informações coletadas durante a fase de empatia
Ideação: geração de ampla gama de ideias criativas para abordar o problema, sem julgamento inicial
Prototipagem: criação de protótipos simples e de baixo custo das soluções mais promissoras para serem testadas e inteiradas rapidamente
Teste: disponibilização dos protótipos nas mãos do público-alvo para obtenção de retornos e melhor refinamento.

Para saber mais:
Livro “Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias”, de Tim Brown (editora Alta Books)

Sobre a Fundace
A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma entidade sem fins lucrativos criada em 1995, vinculada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP). Seu objetivo é promover pesquisas e desenvolvimento nas áreas de Administração, Contabilidade e Economia, buscando contribuir para o crescimento econômico e social do país.

A Fundace conta com uma equipe qualificada de professores, pesquisadores e consultores, que combinam a sólida formação acadêmica com a experiência prática de mercado, organizando os recursos de conhecimentos gerados por professores e pesquisadores da FEA-RP/USP. 

A instituição também executa serviços de consultoria especializada para atender às demandas da sociedade e de organizações públicas e privadas em geral, interessadas em práticas modernas e mais eficazes de gestão. Entre os setores que contam com a expertise empregada pela Fundace estão projetos ligados ao saneamento e a resíduos sólidos, avaliação de investimentos e elaboração de modelos de concessão e PPP (Parceria Público Privada). 

Congrega um pool inovador de cursos de especialização e qualificação, prestação de serviços, bem como extensão e soluções empresariais. Já foram oferecidos diversos cursos de MBA em áreas de nas áreas de administração, economia, contabilidade, finanças, marketing, entre outros. Atualmente, são ofertados cerca de 12 cursos por semestre nas modalidades presencial e on-line.

Ao longo de sua trajetória de quase 30 anos, a Fundace tem contribuído significativamente para o avanço do conhecimento nas esferas administrativas, contábeis e econômicas, além de prestar relevantes serviços às comunidades empresarial e acadêmica brasileiras.