13/03/2023 às 17h56min - Atualizada em 14/03/2023 às 00h02min

Laboratório de Engenharia da PUC-Rio conquista certificações internacionais após recuperação de peças com impressão 3D

Dois trabalhos recém executados foram contemplados com certificações internacionais da DNV

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Pesquisadores do Laboratório de Engenharia Mecânica (LEM) da PUC-Rio iniciaram o ano de 2023 com uma boa notícia: o reconhecimento das ações realizadas pelos colaboradores em projetos de manufatura aditiva, também conhecida como Impressão 3D, liderados e financiados pela SBM Offshore. Dois trabalhos recém executados foram contemplados com certificações internacionais da DNV, empresa que fornece classificação, garantia técnica, software e serviços de consultoria para as indústrias de transporte marítimo, petróleo, gás e energia.

O projeto foi executado pela PUC-Rio, certificado pela DNV e integralmente financiado e gerenciado pela SBM Offshore, que selecionou as peças a serem impressas com base em casos reais de gerenciamento de sobressalentes na sua frota brasileira de FPSOs. As equipes de tecnologia e operações da SBM Offshore utilizaram os critérios de obsolescência e prazo de entrega para definição dos componentes a serem estudados e testados nos laboratórios da PUC que contou com a participação da DNV como certificadora parceira.

“O interesse da indústria de Petróleo e Gás em Manufatura Aditiva tem aumentado rapidamente ao longo dos anos e, seguindo o mesmo fluxo, nosso time tem liderado alguns projetos importantes para o setor. O nosso objetivo é ser referência no Brasil, na qualificação de produtos fabricados com esta técnica e por isso certificar a SBM e PUC-Rio através da qualidade dessas peças é de extrema relevância. Juntos, viabilizamos a substituição de peças críticas, obsoletas e sujeitas a falhas, por peças novas, fabricadas de forma rápida, eficiente e com qualidade superior as originais”, detalha Vanessa Dreilich, líder da prática de Manufatura Aditiva da América Latina na DNV.

A DNV, que está presente em mais de cem países, concedeu o “Statement of Feasibility”, o que poderia ser interpretado como uma “declaração de viabilidade”, de uma alavanca de acionamento manual de válvula totalmente impressa. A alavanca original danificada foi fornecida pela SBM Offshore como referência para o projeto por ser parte integrante de uma uma válvula cujo fabricante não mais existe. A relevância do caso se dá pela dificuldade de aquisição de sobressalentes da peça em questão.

“Conseguimos fazer essa substituição em um prazo muito ágil, em torno de duas semanas. Foi um desafio já que o item era obsoleto e sem muitas informações técnicas disponíveis. Dessa forma foi necessário escanearmos a peça para posterior obtenção de um modelo tridimensional a ser usado nas impressoras 3D que temos para fabricar a peça que iria substituir a original. Imprimimos a peça no material PH1, um tipo de aço inoxidável, possibilitando a SBM Offshore fazer a substituição em campo e mitigar riscos associados à dificuldade de reposição da peça. O certificado obtido para esta peça garante que o material e suas dimensões estão aprovadas para substituir a original”, explica Renan Fraga, um dos pesquisadores da PUC-Rio envolvidos no projeto.

O segundo título da categoria “Statement of Feasibility” na modalidade manufatura aditiva, tecnologia integrante da Indústria 4.0 cada vez mais presente no mercado, se refere a um exaustor do sistema de ar condicionado da sala de equipamentos de um dos FPSOs, cuja situação era similar à da alavanca, ou seja, um equipamento antigo de fabricante original não mais atuante no mercado e com grandes dificuldades de aquisição pela equipe de operações.

“Conseguimos produzir a peça com base no material original fazendo um híbrido e trazendo através da manufatura aditiva o resultado desejado pela empresa. Nos orgulha muito poder colaborar tanto com os projetos da indústria offshore e poder, através destas parcerias, tornar o trabalho realizado aqui na PUC-Rio, uma referência”, afirma o engenheiro Felipe Gouvea, pesquisador da PUC-Rio responsável pelo projeto.

A SBM Offshore, que opera uma frota mundial de FPSOs, decidiu por desenvolver o projeto no Brasil pela complexidade das suas unidades de produção, por conseguinte o maior número de casos de valor onde a manufatura aditiva pudesse ser aplicada. A parceria com a PUC-Rio e a DNV foi construída pela excelência dos seus trabalhos no desenvolvimento da tecnologia em questão.

“O projeto é um demonstrativo do valor agregado que a inovação, decorrente da colaboração entre indústria e academia em pesquisa aplicada, pode gerar para os entes envolvidos e a sociedade em geral. A manufatura aditiva é uma tecnologia com enorme potencial disruptivo na otimização e descarbonização da cadeia de suprimentos associada às operações das unidades de produção da SBM e nós estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos” afirma Guilherme Pinto, gerente de tecnologia da SBM Offshore.
 
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