22/06/2022 às 13h50min - Atualizada em 23/06/2022 às 00h01min

Junho Violeta e Dia de Conscientização da Violência Contra o Idoso

Com o número de casos de violações aos direitos dos idosos ultrapassando os milhares, o mês de junho, serve como um período de debate sobre como proteger essa população.

SALA DA NOTÍCIA Glauco Braga
A violência contra os idosos é um dos aspectos mais graves da sociedade brasileira. De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), o canal oficial de comunicação com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o país registrou 27 mil denúncias de violência contra a pessoa idosa entre janeiro e abril de 2022.
A ONDH, que compila dados registrados pelo Disque 100, Ligue 180 e aplicativo Direitos Humanos Brasil, também mostrou que nos 4 primeiros meses de 2022 foram registradas 132,7 mil violações contra os direitos dos idosos.
Entre janeiro e abril deste ano, os números de denúncias e violações contra a população idosa só ficaram atrás dos registros de violência contra crianças e adolescentes, o que tornam os idosos o 2º grupo social mais vulnerável.
Para tentar combater essa espécie de epidemia social, em 2006 a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o 15 de junho como o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. No Brasil, o Governo Federal chegou a estabelecer o Junho Violeta, que é o mês de mobilização da sociedade para a proteção das pessoas com 60 anos ou mais.
As datas são importantes para debater ações práticas e estimular discussões sobre formas de evitar que, além de agressões físicas, que deixam marcas mais visíveis, os idosos também possam ser protegidos contra violações patrimoniais, psíquicas, de liberdade e mais.
“O idoso também pode ser vítima de agressões verbais, psicológicas, financeiras ou até mesmo pela falta de assistência, que trata da negligência de cuidados”, explica Marcia Sena, especialista em envelhecimento ativo e qualidade de vida na terceira idade da Senior Concierge, empresa que pratica um modelo de atenção integrada para dar suporte a pessoas com mais de 60 anos.
Márcia pontua que assim como os casos de violência doméstica contra as mulheres, os registros de violência contra os idosos “explodiram” durante o isolamento imposto pela pandemia de covid-19. A especialista alerta ainda que mesmo sendo altos, os números oficiais com certeza são subnotificados, já que muitos idosos, por medo ou mesmo vergonha, não costumam fazer a denúncia formal. E o mesmo é válido também para parentes, que em algumas situações são os próprios geradores da violência.

Direitos não respeitados
A Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, criou o Estatuto do Idoso, que visava regular os direitos assegurados à população com mais de 60 anos. A norma determina que esse público tem todos os direitos fundamentais garantidos e assegura que essas pessoas tenham proteção integral, recebam oportunidades e facilidades para preservação da saúde física e mental e aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social.
Porém, apesar de quase 20 anos da vigência da lei que garante também atendimento preferencial, por exemplo, os idosos ainda sofrem com discriminações e violações diárias, como mostram os dados da ONDH.
“Muitos fatores podem contribuir com a violência contra as pessoas acima de 60 anos e o preconceito etário é um deles. Por vezes, as pessoas próximas também podem ter dificuldades de lidar emocionalmente com questões oriundas do envelhecimento, como algumas doenças que podem dificultar o convívio, tais como demências”.
A especialista afirma que um dos debates mais importantes no 15 de junho é no sentido de ajudar com que as pessoas identifiquem idosos que estão sendo alvos de violações. Apesar de complexo, é possível prestar atenção em detalhes que podem revelar que o idoso está em situação de risco.
“É um diagnóstico sensível, em especial quando não há a convivência próxima, mas sinais como hematomas e machucados, mudança brusca de comportamento, respeito ou medo exagerado da pessoa que cuida desse idoso e até higiene precária podem ser indícios de maus tratos e negligência”.

Como evitar a violência contra idosos?
Marcia Sena lembra que além dos familiares e amigos, os cuidadores possuem um papel fundamental no combate à violência contra os idosos. Ela afirma que o profissional pode proporcionar um papel significativo no cuidado e apoio, inclusive emocional, de quem tem mais de 60 anos.
Ela indica que há casos em que um familiar assume o papel de cuidador, mas que em outros o desgaste emocional acaba comprometendo a ligação, situação em que um indivíduo especializado pode entrar em cena.
“O profissional cuidador é responsável pelo cuidado diário que inclui alimentação, higiene e estímulos sociais e mentais que melhoram significativamente a vida do idoso, contribuindo para a melhora do quadro geral e bem-estar. Além disso, um profissional qualificado proporciona maior segurança para a família”, defende.
Contar com o apoio de empresas especializadas no trato com o idoso pode ser, inclusive, um grande diferencial. Pessoas que atuam nessa carreira passam por um criterioso processo seletivo, que inclui análise comportamental para melhorar a afinidade entre cuidador e assistido, por exemplo.
Companhias que oferecem estes serviços também investem em treinamentos contínuos com os profissionais para mantê-los atualizados sobre a profissão e em cuidados à saúde mental, como é o caso do programa “Cuidando de quem Cuida” que estimula a manutenção de um bom convívio entre cuidador e assistido e é oferecido pela Senior Concierge.
Marcia Sena afirma que cuidadores profissionais são orientados e treinados para realizarem denúncias para seus superiores em casos de possíveis violências. Para familiares e amigos, ou seja, quem não é profissional no trato com pessoas acima de 60 anos, ela diz que é possível coibir as agressões e desrespeito contra os direitos da população idosa entendendo que o etarismo é um problema real. Definido como a discriminação baseada em idade, e principalmente voltada contra pessoas acima dos 60 anos, o conceito permeia toda a sociedade, incluindo espaços públicos.
“Precisamos entender que esse é um problema bastante real, assim como outras discriminações e preconceitos de gênero, orientação sexual, etnia etc. Portanto, temos que estimular que todo e qualquer tipo de maus tratos contra a pessoa idosa seja denunciado para os órgãos responsáveis. Além do disque 100, existem hoje Delegacias de Proteção ao Idoso em grandes centros. A formalização da denúncia é um primeiro passo para que o problema seja enfrentado”, finaliza Marcia Sena.

Sobre Márcia Sena
É fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade. Tem MBA em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica.
Criou a Senior Concierge a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estão envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia dos idosos no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança.

Sobre a Senior Concierge
É uma empresa com um novo jeito de dar suporte aos 60+, com um modelo de atenção integrada e centrada nas reais necessidades dos maduros. Uma resposta dos novos tempos para um modelo que se esgotou, que é o modelo curativo baseado nas doenças, praticado por outras empresas de home care. Com a proposta de garantir um envelhecimento prazeroso, proporcionando qualidade de vida, bem-estar e segurança dos familiares.
 
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