22/04/2024 às 16h42min - Atualizada em 22/04/2024 às 18h00min

O aumento de peso da população e o risco de morte precoce  

*Alisson David Silva 

Valquiria Cristina da Silva Marchiori
Rodrigo Leal

Até 2035 haverá 1.77 bilhão de pessoas com excesso de peso e 1.53 bilhão com obesidade no mundo, segundo uma estimativa do recém-lançado Atlas Mundial da Obesidade de 2024, que revela dados preocupantes sobre essa questão. O aumento do peso da população mundial é  uma constante nos últimos anos. Só para se ter uma ideia da situação,entre as 41 milhões de mortes atribuídas às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), 5 milhões estão relacionadas ao Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25 kg/m², das quais 4 milhões estão associadas a diabetes, AVC, doenças coronarianas e câncer. 

Esses números são alarmantes, ainda mais quando se considera a saúde pública, uma vez que o excesso de peso está intimamente ligado às DCNT. Em 2020, Tonga, um arquipélago no Oceano Pacífico, liderou a lista de países com a maior proporção de adultos com IMC elevado, com 80% nos homens e 87% nas mulheres, enquanto o Brasil não figura entre os primeiros 20 países. 

No Brasil, os dados que chamam a atenção indicam que a projeção de adultos com IMC alto é de 1.9%, e para crianças, de 1.8%, o que representa um total de 20.390.263 crianças para 2035. Esses números corroboram os dados do Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), de 2023, que revelam uma prevalência de excesso de peso de 68,8% nos homens, em Porto Alegre e de 34,5% nas mulheres, em Manaus. 

Ao relacionar esses dados com o consumo alimentar do VIGITEL, observa-se que o consumo de alimentos ultraprocessados foi de 34,2% em Macapá, 34% em Porto Velho e 29,8% em Curitiba. Além disso, o consumo de refrigerantes variou de 7% em Salvador a 24,1% em Curitiba. Os alimentos ultraprocessados são conhecidos por seu alto teor calórico, açúcar e gorduras. Por outro lado, o consumo de frutas e hortaliças, benéficos para a saúde geral e a prevenção de DCNT, variou de 18,1% em Belém a 41,2% em Florianópolis. 

Todos esses dados evidenciam a necessidade de repensar as políticas públicas relacionadas à alimentação e nutrição, especialmente no que diz respeito à prevenção da obesidade. Esta condição acarreta diversos prejuízos à saúde e pode resultar na morte precoce do indivíduo, devido aos maus hábitos alimentares.  

*Alisson David Silva é nutricionista com Graduação em Agronomia e Mestre em Alimentação e Nutrição. Professor no Centro Universitário Internacional Uninter. 

 


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