05/05/2021 às 09h15min - Atualizada em 05/05/2021 às 09h15min

Professora de Espanhol de Florianópolis fala sobre combate ao racismo em evento virtual no Uruguai

Da Redação
Divulgação
Para falar de práticas antirracistas na rede municipal de ensino de Florianópolis, a professora Janete Elenice Jorge foi convidada para ministrar uma palestra organizada pelo Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, com sede em Montevidéu.
 
 A videoconferência “Por uma educação antirracista: um relato de enfrentamento ao racismo no espaço escolar” será realizada pela plataforma zoom nesta quarta-feira, dia 5 de maio, às 18h30. A participação é gratuita. A palestra será proferida em português.  Basta acessar o link: https://us02web.zoom.us/j/89365553744

 A professora é doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina e possui graduação em Letras e Literaturas de Língua Espanhola. Ela apresentará três práticas pedagógicas.

 A primeira foi realizada com estudantes da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA). A segunda é uma ação pedagógica com estudantes negros do ensino fundamental e suas famílias e a terceira é sobre a campanha 'Por uma Educação Antirracista' promovida neste ano pela Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis.

 A respeito da campanha da SME, o diretor do Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, Rafael de Caneda Lopez, manifestou-se: “Muito bem-feita. A qualidade das imagens, as fotos, as mensagens. Eu não estou exagerando, essa campanha deveria ser adotada em todo o Brasil”.

Para Janete Elenice, a escola é um espaço plural, que trabalha para formação integral de sujeitos diversos e, talvez seu maior desafio, esteja em reconhecer essas diferenças e certificar-se que todas elas serão atendidas no espaço educativo de acordo com suas especificidades.

No Brasil o racismo se reinventa cotidianamente mostrando em dados estatísticos realidades muito cruéis.

O último Mapa da Violência publicado no final do ano de 2020, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostra que na última década as desigualdades raciais se aprofundaram ainda mais.  Atualmente os negros são 64% da população carcerária, 76% dos mais pobres e a grande maioria das vítimas de homicídio.

Ainda, segundo pesquisa feita pelo Atlas Político de 2020, 90,6% dos entrevistados no Brasil reconhecem a existência do racismo no país, quase 6% não reconhecem e 3,6% não sabem responder, quase ninguém se diz racista (97,5%).
 
Diante desse contexto, “acreditamos ser urgente a implementação de políticas públicas de combate às desigualdades, como também pensar as políticas educacionais, através de práticas pedagógicas que busquem a função social da escola, para dar voz aos sujeitos que são invisibilizados pela sociedade”, diz a professora.

Racismo e desigualdades raciais

No ano de 2016 quando era coordenadora do Núcleo de Educação de Jovens, Adultos e Idosos - EJA Sul I, na comunidade da Costeira de Pirajubaé, a professora coordenou a ação pedagógica “A pesquisa e a leitura como princípios educativos no primeiro segmento”.

Por intermédio da pergunta “Quem somos nós?” os estudantes foram estimulados a levantarem questionamentos sobre a ideia de identidade coletiva e a elaborar perguntas a partir de suas realidades.

As temáticas do racismo e desigualdades sociais foram propostas pelos estudantes, o trabalho que envolveu adultos em processo de alfabetização teve um grande impacto na comunidade escolar, levando os estudantes a se apresentarem no Encontro Internacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (ALFAeEJA) realizado na Universidade Federal de Santa Catarina.

A professora Janete relata que “estimular o protagonismo dos estudantes na ação pedagógica, escutá-los enquanto sujeitos que experimentam diariamente situações racistas e de exclusão social, promover espaços de autoria e construção coletiva, foram medidas fundamentais para o sucesso da proposta”.
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