15/08/2022 às 00h00min - Atualizada em 15/08/2022 às 00h00min

Reunião em Florianópolis discute sobre diagnóstico e dificuldades do cotidiano de pais de crianças com TEA

Da Redação
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Discutir, reconhecer e destacar o dia a dia das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e as dificuldades enfrentadas pelos seus cuidadores, em especial as mães, foi o objetivo da reunião conjunta realizada pela Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência e pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

A Mariá, mãe da Alice, uma criança com TEA, falou como é difícil para os pais conseguirem identificar precocemente o transtorno pela falta de conhecimento e acesso a médicos que incentivam a intervenção precoce de desenvolvimento. 

“Mães atípicas são desacreditadas a todo instante, por amigos, parentes e até mesmo por profissionais da área da saúde, como foi o caso da minha filha. Eu tento acreditar que fazem isso por total desconhecimento, para acalmar o coração de uma mãe aflita, mas saibam que além disso não ajudar, atrapalha a mãe que se sente sozinha no meio desse furacão, e atrapalha o desenvolvimento dessa criança”.

Para o médico Cecim El Achkar, conhecido na cidade como Dr. Cecim, a principal ação de um educador e de um profissional de saúde, numa criança, é a estimulação precoce e a difusão de informações a respeito das deficiências que podem ser observadas.

"Se a mãe diz que com cinco meses a criança não escuta um barulho, eu vou conseguir identificar precocemente aquelas deficiências, e quanto mais precocemente identificar qualquer deficiência, maior é o meu resultado."

A psicóloga Clarice, atuante no Projeto Aura da Unimed, destaca a utilização de testes e escalas de desenvolvimento na saúde que possibilitam encontrar alterações precocemente, levando a intervenção terapêutica o quanto antes.

“Existem alguns instrumentos muito utilizados na avaliação e acompanhamento de crianças entre zero e três anos, como por exemplo o MCHAT”.

O MCHAT é um questionário psicológico que avalia o risco de transtorno do espectro do autismo na criança a partir de vinte perguntas respondidas pelos pais. A profissional afirma que o questionário já é obrigatório em consultórios pediátricos em diversas cidades do País, e sugere sua implementação nas unidades básicas de saúde de Florianópolis.

Além da observação e diagnóstico precoce, a psicóloga destaca a importância de dar suporte aos cuidadores dessas crianças. 

“Há muito esforço e dedicação nesse processo; a sobrecarga de trabalho e mudanças na rotina da família. Por isso, a inserção da criança em serviços especializados são essenciais para a família, diminuindo a ansiedade, o estresse dos cuidadores, e dando um suporte emocional, uma vez que eles são aparados e capacitados para lidar com o filho, o que pode favorecer o seu desenvolvimento”.

Rafael, representante da coordenadora de políticas públicas para pessoas com deficiência em Florianópolis, falou das ações que estão acontecendo no município, como o projeto Cuidando Delas, que visa dar atendimento ao cuidador, com rodas de conversas sobre todo o contexto. O próximo encontro do projeto acontecerá no dia 24 de agosto, no prédio do Somar Floripa, em Santo Antônio de Lisboa, com a participação de uma especialista em defesa da mulher e em direito de família.
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