30/06/2022 às 12h26min - Atualizada em 01/07/2022 às 00h01min

Personalidades renomadas da área de saúde destacam temas de interesse do setor

Pilares de inteligência artificial, empreendedorismo, tecnologia e inovação foram alguns dos temas discutidos durante o Fórum Brasil Saúde, na Medical Fair Brasil

SALA DA NOTÍCIA Agência Pub
Divulgação ABIMO

Com a palestra “O Complexo Econômico – Industrial da Saúde como Vetor de Desenvolvimento para o Brasil”, Carlos A. Grabois Gadelha, coordenador do Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Fiocruz defendeu a articulação de dimensões integradas às demandas da sociedade. O tema foi ministrado no Fórum Brasil Saúde, promovido pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos) durante a Medical Fair Brasil, que ocorreu em São Paulo no último mês.   

Segundo Gadelha, a inteligência artificial se faz presente e necessária no subsistema de informação e a conectividade do complexo industrial do setor. “Se uma peça falhar, o sistema desaba. A Saúde é a porta de entrada para a renovação tecnológica, sendo necessário um projeto de Estado e de futuro, visando o cuidado com o planeta, com a vida e com a sociedade”, destacou, contando ainda que esteve em um laboratório na Paraíba para o tratamento de Zika Vírus e este aplicava um chip, o qual poderia prever as convulsões em crianças.   

Também marcou presença o médico, pesquisador e diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, na palestra magna “Desafios das Doenças Infecciosas no Século XXI”.  Nesse cenário pandêmico, tínhamos que buscar combatê-lo. O que notamos foi um fracasso mundial, pois todos sabíamos que isso aconteceria, mais dia, menos dia”, comenta Covas, o qual lamenta que ficamos na dependência de outros países para a batalha de vacinas e novos medicamentos. “A pandemia expôs as nossas fraquezas e estas precisam ser encaradas de frente”, pontuou. 

O secretário executivo do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, apontou os desafios do setor e o funcionamento do sistema. “Em 2019, o Sistema Único de Saúde [SUS] recebeu R$ 303 bilhões, divididos entre União, Estados e Municípios. No entanto, os recursos destinados não atendem as despesas do segmento, gerando, assim, impactos aos cofres públicos em 2022, disse Junqueira. 

Já o diretor-presidente da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), Edson Rogatti, mencionou que, “em 2021, as Santas Casas e os hospitais filantrópicos realizaram mais de 9.400.000 consultas ambulatoriais e 21. 856 cirurgias hospitalar ambulatorial. Sem estas instituições, não se consegue promover o acesso à saúde universal, pois 50% da demanda do SUS é atendida pelos filantropos”. 

Para Ruy Baumer, presidente do SINAEMO (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo), vice-presidente da FIESP, diretor presidente do COMSAUDE (Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia da FIESP) e presidente da Baumer S.A., os debates demonstraram a resiliência e a persistência da cadeira produtiva da indústria de dispositivos médicos no Brasil. Enquanto Marcus Vinícius Fernandes Dias, secretário Executivo Adjunto do Ministério da Saúde celebrou a vitória da sociedade brasileira ante a pandemia, reforçando que este é um momento de esperança e agradecimento.   

O deputado federal Alexandre Padilha reforçou que a indústria de dispositivos médicos não teve preguiça no enfrentamento à pandemia. “É um segmento que sempre acreditou no país e não titubeou em defender a ciência.” 

Em outro momento do evento, a discussão “Formação Médica no Ecossistema de Saúde” contou com as participações de Giovani Cerri (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e César Eduardo Fernandes (Associação Médica Brasileira) com mediação de José Luiz Gomes do Amaral (Associação Paulista de Medicina).  

O tema em destaque trazido por Cerri foi a Saúde Digital. Segundo ele, todos os residentes do Hospital das Clínicas já terão esta formação. Na pauta, a questão da teleconsulta, telemedicina e tele UTI, que exigem a telerregulação da urgência e emergência, bem como a capacitação de profissionais para o atendimento à distância e a necessidade de todos os dados estarem disponíveis em prontuários médicos. “É muito positivo este momento de transformação em que vivemos, pois levamos o especialista onde não tem. É um novo horizonte, possibilitando benefícios diversos, como redução de custo, maior acesso ao serviço e a igualdade do atendimento”, comentou o especialista. 

César Eduardo Fernandes (Associação Médica Brasileira), falou sobre o grande número de médicos atuando no mercado. Ele estima que, em 2022, estes ultrapassem os 600 mil profissionais, mas reforça a necessidade de distribuição, já que muitos estão nos grandes centros comerciais. “No topo das nossas preocupações está a de formar um bom médico, o qual saiba escutar os pacientes, respeitando a tecnologia. Ninguém quer pagar nada para o profissional da saúde básica. Todos querem cuidar da endometriose ou da reprodução humana”.   

No último ciclo de debates, a discussão “Empoderamento do paciente no Século XXI” contou com a participação da ex-senadora e ex-secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos. Para ela, “atualmente, o paciente tem opinião própria e pode definir o médico de sua preferência, avaliar o funcionário, entender se o profissional tem ou não o seu perfil; a tecnologia também é um ponto crucial para este paciente empoderado, pois possibilita o monitoramento de hábitos e da saúde por meio de aplicativos”, destaca Lemos. 

De acordo com o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS), Paulo Rebello Filho, a sustentabilidade é um dos eixos da medicina suplementar. Hoje, 55% de todo atendimento do SUS é feito pela Santa Casa e isso não é reconhecido. A medicina suplementar ganhou dois milhões de beneficiários após a pandemia. Ter um plano de saúde é o terceiro maior desejo da população”, ressalta Rebello Filho.   

Para encerrar, o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, ressaltou que o Brasil vive uma marca histórica do setor de dispositivos, demonstrando imensa capacidade de reação do mercado nacional e que precisa, urgentemente, de uma política de Estado. “Tivemos a resposta que necessitávamos da área industrial. Fomos resilientes, superando juntos as dificuldades enfrentadas. Os itens essenciais ao sistema de saúde estão nos dispositivos médicos. Agora, temos que transformar a administração de saúde em uma política de Estado”, enfatizou o executivo. 

Durante o Fórum Brasil Saúde, a ABIMO realizou entrevistas com todos os palestrantes do evento. O conteúdo completo pode ser conferido no canal do YouTube da entidade.  

Sobre a ABIMO 

A ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, representa a indústria brasileira de produtos para a saúde que promove o crescimento sustentável no mercado nacional e internacional. Fundada em 1962, a instituição conta com mais de 300 associados e surgiu a partir da ideia de 25 fabricantes de produtos médicos e odontológicos com o objetivo de fortalecer, organizar e regulamentar o segmento. Nesses anos de trabalho, a ABIMO expandiu suas operações de suporte à cadeia produtiva através de conselhos e grupos de trabalho, os quais respondem por todos os aspectos técnicos, operacionais e associativos do setor. 


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