25/06/2022 às 00h00min - Atualizada em 25/06/2022 às 00h00min

'Precisamos reindustrializar o Brasil', defende presidente da Fiesc

Da Redação
Elias Pereira/Divulgação
A solenidade de entrega da Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina foi marcada por momentos de emoção e aplausos, homenagem ao protagonismo do industrial e das mulheres, além da crença no potencial que o Brasil oferece para crescer, apesar dos desafios no cenário internacional e interno, que precisam ser superados. O evento foi realizado pela Federação das Indústrias (FIESC), nesta sexta-feira, dia 24, em Florianópolis, com a participação de cerca de 400 pessoas, entre lideranças industriais e políticas. No encontro também foram reconhecidos, por tempo de filiação à FIESC, 12 sindicatos industriais (confira abaixo).

“Hoje, por meio da Ordem do Mérito, fazemos a justa – e necessária – distinção às pessoas que fazem a indústria ser o motor do desenvolvimento catarinense. Além do sucesso empresarial, eles têm um histórico de envolvimento com suas comunidades. Juntas, as indústrias que eles dirigem representam o sustento de milhares de famílias catarinenses”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. A comenda catarinense foi entregue aos empresários: Antônio Deoclesio Pavei, Daniela Tombini, Eduardo Ernesto Zortéa, Felipe Hansen e Walter Osli Koerich. O empresário Cesar Gomes Junior recebeu a Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Ele ressaltou que Santa Catarina tem uma das indústrias que, sob diversos aspectos, está entre as mais desenvolvidas do país. “Nosso parque fabril é diferenciado, diversificado e está distribuído por todas as regiões”, afirmou. Ele também defendeu a reindustrialização do Brasil. “Mas, para isso, além de enfrentar o problema da infraestrutura, precisamos destravar as reformas estruturais, ter um sistema tributário mais inteligente, com menos burocracia e um Estado mais enxuto e eficiente. E, não menos importante, uma política industrial clara e robusta”, declarou.

Emocionada e aclamada diversas vezes pela plateia, Daniela Tombini discursou em nome dos homenageados e salientou a força das mulheres. “É com muita honra que hoje também represento a força da empresária catarinense. Temos uma indústria forte, de característica familiar e, desde o início, sempre contamos com mulheres protagonistas. Sozinhas ou ao lado de seus esposos, constituíram famílias e indústrias que, muitas vezes, se fundiam como se fossem uma única organização”, disse.

Ela fez referência a duas personagens emblemáticas da indústria catarinense: Johanna Altenburg e Adelina Hess de Souza - ambas do setor de confecção, ambas viúvas e tendo o desafio de criar seus  filhos. “Elas empreenderam e do seu trabalho surgiram grandes e reconhecidas empresas-símbolo da força da nossa indústria e da capacidade empreendedora dos catarinenses. Johanna criou uma empresa hoje centenária, e Adelina deu continuidade aos negócios que fundara ao lado do marido”, lembrou Daniela.

Cesar Gomes Junior, que recebeu a comenda máxima da indústria nacional, demonstrou seu otimismo com o Brasil, apesar do cenário de incerteza mundial, que afeta toda a cadeia produtiva. “O quadro brasileiro também está contaminado com essa realidade internacional, vive um contexto de inflação e juros altos. Nosso papel, nesse momento, não se resume a criticar. Pelo contrário. Temos que acreditar em nosso potencial e participar das soluções. O Brasil, no cenário mundial, é um dos mais competitivos”, ressaltou. Ele disse que o mundo vai passar por ajustes e que isso abre oportunidades. “O Brasil, comparativamente às demais economias emergentes, é uma das melhores opções. Temos oportunidades excepcionais, apesar dos problemas que temos para resolver”, completou.   

Em seu pronunciamento, o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gilberto Petry, disse que o Brasil não pode mais adiar a adoção das medidas necessárias para aumentar a resiliência às crises externas e retomar o caminho do crescimento econômico sustentado. “Nossa prioridade deve ser a aprovação de uma reforma ampla da tributação sobre o consumo, que elimine as distorções, simplifique o sistema de arrecadação de impostos e desonere as exportações e os investimentos”, afirmou ele, que na solenidade representou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
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