11/01/2021 às 00h00min - Atualizada em 11/01/2021 às 00h00min

UFSC estuda as variantes do novo coronavírus em Santa Catarina

Da Redação
Mauricio Vieira/Secom
De onde vêm as variantes do novo coronavírus identificadas em Santa Catarina? Como elas chegaram até aqui? São mais próximas àquelas identificadas na Europa, nos Estados Unidos? Há muitas perguntas que podem ser respondidas a partir do sequenciamento do genoma do microorganismo em cem amostras coletadas nas diferentes regiões do estado.
 
Pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) buscam respostas para estas e outras perguntas sobre a Covid-19, que já infectou mais de 500 mil pessoas e já matou quase 6.000 pessoas no estado desde o início da pandemia.
 
O trabalho é liderado pelo professor Glauber Wagner, com recursos da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). O pesquisador faz parte do Laboratório de Bioinformática do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia UFSC e do Núcleo de Bionformática e Biologia Computacional do Centro de Ciências Biológicas.
 
Segundo ele, a ideia é verificar quais variantes do vírus estão em circulação no Estado. As amostras de pacientes diagnosticados com Covid-19 em diferentes regiões do Estado são processadas e amplificadas para depois seguirem para a etapa de sequenciamento, realizada pela Biome-Hub, empresa parceira.

As variantes surgem a partir de mutações no vírus, podendo alterar suas proteínas. “Os vírus sofrem mutação, modificam o seu material genético o tempo todo”, explica o pesquisador.

Ele destaca que a maioria destas mutações não resultam em alterações significativas nas proteínas dos vírus, mas algumas delas podem gerar variantes que podem ser observadas, incidindo no comportamento do vírus.

Nesta fase do estudo, pelo menos metade das cem amostras sequenciadas estão em análise para a identificação dos genótipos. A expectativa é de que o trabalho já tenha seus primeiros resultados em março e seja concluído até meados de 2021, somando-se aos bancos de dados com registros do mundo todo. Uma das hipóteses é de que diferentes mutações possam ser identificadas nas diferentes regiões.

“Poderemos entender, por exemplo, se o vírus que circula no litoral é o mesmo do Oeste”, destaca o professor.
A pesquisa ganha ainda mais relevância e impacto em um momento no qual a comunidade científica internacional notificou uma nova variante do coronavírus, no Reino Unido, cujo potencial de transmissão tem se mostrado ainda mais alto. Uma nova variante indica que o vírus registrou diversas mutações.

O sequenciamento do genoma abre a possibilidade que se observe como e onde houve a mutação. “Novas variantes podem surgir em qualquer parte do mundo, por isso a vigilância em genômica é essencial para se observar estas novas variantes o mais rápido possível. É aquele velho ditado: quando mais se procura maior a possibilidade de se identificar algo novo e importante. Algumas mutações podem, inclusive, tornar o vírus mais infeccioso, mas não necessariamente mais patogênico”, explica.

Os dados das amostras coletadas na pesquisa também serão incorporados aos repositórios que reúnem informações genéticas sobre o novo coronavírus no mundo. De acordo com Glauber, há, atualmente, nestes bancos de dados, cerca de 600 amostras sequenciadas no Brasil, seis delas de Santa Catarina.

“O sequenciamento permite que se façam muitas perguntas, mas também nos ajuda a obter muitas respostas sobre o vírus, o que pode auxiliar no combate à pandemia”, indica.
 
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