21/03/2022 às 12h25min - Atualizada em 22/03/2022 às 15h00min

Associação Brasileira de Startups lança guia de diversidade após constatar que 60% das startups brasileiras não têm ações voltadas para a diversidade

O estudo, lançado no último trimestre de 2021,identificou fraquezas no ecossistema e busca chamar toda a comunidade para discutir soluções

SALA DA NOTÍCIA PiaR Comunicação
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A Associação Brasileira de Startups (Abstartups)  disponibilizou em seu site o Guia da Diversidade das Startups, um material gratuito com orientações para que startups  sejam mais ativos em relação à promoção da diversidade no ambiente corporativo. No material, há cinco pilares de diversidade: identidade de gênero, étnico racial, pessoa com deficiência, orientação sexual e gerações (50+).
O estudo qualitativo do cenário de diversidade no ecossistema, vem para identificar possíveis fraquezas e contribuir com iniciativas, sem querer ditar soluções absolutas e sim, colaborar para uma discussão saudável sobre o tema.

Segundo Cristiano Freitas, diretor financeiro e diretor executivo interino da Abstartups, o ecossistema evoluiu muito nos últimos anos, mas ainda não é o suficiente. O que se espera com a iniciativa é provocar as startups a mudarem a realidade em que estão inseridas: “Quase 70% do ecossistema é composto por pessoas brancas e mais de 90% das pessoas são héteros, o que demonstra que o ecossistema não vai se tornar mais inclusivo se não houver um esforço para isso. Há necessidade de ser propositivo nas ações e o guia veio com o objetivo de incomodar com a realidade apresentada”,explica.

Segundo o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro lançado em novembro de 2021 em parceria com a Deloitte, mais de 96% das startups dizem apoiar a diversidade, mas na prática não é bem isso que ocorre: mais de 60% delas não tem ações ou processos seletivos voltados para a diversidade.
Apesar do aumento de startups nos últimos anos, em especial desde o início da pandemia, o número de fundadores autodeclarados brancos aumentou em torno de 5%, chegando a 69%, enquanto o de pessoas pardas caiu na mesma proporção, sendo apenas 17,8%. O estudo também indica que homens cisgênero são a maioria dos que fundam startups, chegando a cerca de 75%, independentemente da etnia. Já entre as mulheres que mais fundaram startups o destaque fica com as indígenas, mas elas ainda estão muito distantes da tão sonhada equidade, apenas 33,3% das startups fundadas por mulheres são de mulheres indígenas. “Este tipo de informação chega para nós como um termômetro de como está o nosso ecossistema. Isso não quer dizer que apenas homens brancos têm boas ideias – quer dizer que falta diversidade também no ambiente de investidores”, conclui Cristiano.

Quando se olha para o quadro de colaboradores  é possível ver uma melhora na proporção de pessoas pretas e mulheres cisgênero, mas ainda muito longe do ideal. Enquanto em 2020 não era possível encontrar nenhuma pessoa preta em mais de 50% das  startups, em 2021 essa porcentagem caiu para 31,2%. Já no caso das mulheres essa redução foi menor, cerca de 19,1% das startups não possuem mulheres no time, uma diferença de  7% com relação ao ano anterior, em que esse número era 26,9%. Outros fator preocupante é que 62,3%  não contam com pessoas de 50 anos ou mais no seu quadrado de colaboradores e esse número sobe para mais de 90% quando o recorte é de pessoas com deficiência ou pessoas transexuais.

Para ter acesso ao guia, basta acessar o link a página de conteúdo para as startups no site da Abstartups: https://abstartups.com.br/conteudos-para-startups/
 
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