30/09/2020 às 09h26min - Atualizada em 30/09/2020 às 09h26min

Carlos Moisés é alvo de mandado de busca e apreensão a pedido do MPF

Da Redação
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL) foi alvo na manhã desta quarta-feira de mandado de busca e apreensão autorizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A ação se estende ainda outros dois ex-integrantes do governo estadual. 
As medidas cautelares, determinadas pelo ministro Benedito Gonçalves, estão sendo cumpridas pelo MPF em conjunto com a Polícia Federal nesta quarta-feira (30). 
O objetivo da operação é subsidiar o inquérito que apura fraudes na compra de respiradores para enfrentamento da pandemia da covid-19 no estado. O contrato sob suspeita movimentou R$ 33 milhões. O caso tramita sob sigilo e, por isso, neste momento, não serão divulgados os nomes dos demais alvos das buscas, bem como a íntegra das peças que compõem o inquérito.
Com as medidas, os investigadores buscam provas da relação entre o governador, sua equipe e empresários que venderam 200 respiradores ao estado de Santa Catarina. As investigações revelaram indícios de participação do chefe do Executivo estadual na contratação da empresa Veigamed.
Ao STJ, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirma que as buscas são necessárias para aprofundar as investigações e para verificar se a ordem de pagamento antecipado partiu do governador Carlos Moisés. Para o MPF, há elementos que demonstram a constituição de um esquema criminoso de desvio de dinheiro público. Além disso, os investigadores apuram se houve lavagem de dinheiro decorrente da prática do crime antecedente contra a administração pública, mediante ocultação e distanciamento da origem dos recursos públicos desviados da compra de respiradores.
"Tais delitos comprometem a higidez e a credibilidade do governo do estado de Santa Catarina e põe em risco a saúde e a vida de toda a população catarinense, acometida dos males decorrentes do covid-19", sustenta. "Além do mais, não se está a tratar de caso relacionado a criminalidade corriqueira, mas sim de fatos praticados em contexto de suposta criminalidade organizada, sofisticada e estruturada com os mais altos aparatos de poder, contando com a articulação de agentes com poder econômico, elevado conhecimento jurídico, forte influência política e, inclusive, a autoridade máxima do Poder Executivo catarinense", conclui.
Atualmente, o governador catarinense também é alvo de dois processos de Impeachment na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina).

Bronca.

Mais tarde, em entrevista coletiva, o governador catarinense reagiu com indignação à ação de busca e apreensão. "O que houve na residência oficial do governador, na nossa avaliação, é uma busca e apreensão desnecessária e injustificada. [...] Tem dois meses, pelo menos, que oferecemos à Justiça, ao Superior Tribunal de Justiça, documento, materiais, equipamentos, enfim, peticionamos inclusive isso em juízo para que fosse acessado de forma muito tranquila e transparente, objetivando o esclarecimento dos fatos. Na nossa avaliação, não há nenhum fato novo que motive essa busca e apreensão", disse Moisés em coletiva.

Ele ainda ressalta inocência no caso. "O Ministério Público Federal divulga que está buscando provas, ou seja, se houve uma alegação de que houve autorização antecipada, se houve uma alegação de que o governador participou. [...] Eles buscam provas. Não há essas provas, não encontrarão, obviamente, porque não há participação nossa, então eu acredito na Justiça", disse.
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