02/12/2020 às 08h51min - Atualizada em 02/12/2020 às 08h51min

Após assalto em Criciúma, Carlos Moisés quer unificar inteligência no país

Marcos Eduardo Carvalho
Mauricio Vieira/Secom

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL) disse nesta terça-feira que para evitar crimes como o assalto a banco em Santa Catarina, que envolveu 30 criminosos e sitiou a cidade na terça-feira, é necessário uma união de inteligência entre os estados.

Em entrevista à Rádio Joven Pan, ele disse que o ataque, que deixou um policial militar ferido em estado grave, foi uma “uma ação pontual, que não combina com nosso estado, que tem índice de criminalidades em queda”. “Esse perfil de crime nós diminuímos em 54% do ano passado para deste ano, assim como outros delitos em si estão em queda em Santa Catarina”, disse.

Segundo Moisés, esse crime não é planejado dentro do estado. “Ele é transnacional, interestadual e a gente entende que a segurança pública como um todo tem que começar a trabalhar em conjunto, todos os estados, o mesmo banco de dados e perfil genéticos. Temos isso em Santa Cataria, que provavelmente será o primeiro estado brasileiro a ter uma identificação única”, afirmou o governador, que defende a expansão da tecnologia usada em Santa Catarina para outras regiões.

“A gente tem condição de fazer uma perícia no local do crime, e outros estados não têm. Nós precisamos avançar com estados e cidades mais inteligentes, rodovias mais inteligentes, identificar o perfil desses veículos transitando nas nossas rodovias e conseguir oferecer alguma resistência”, disse Moisés.

O governador disse, ainda, que neste caso especificamente, em Criciúma, não houve nenhuma agência de inteligência no âmbito federal ou nos estados que pudesse dizer que o crime estava sendo planejado. “E isso normalmente leva meses, oito, nove dez meses. Em Blumenau, no aeroporto Quero-Quero tivemos ocorrência em março do ano passado, conseguimos prender mais da metade dos meliantes envolvidos no crime, a partir das investigações de coleta de material no local e informações em outros estados”, relata.

“Acreditamos que vamos ter esse sucesso aqui também, oferecendo, dessa forma, resistência, trabalho de polícia, inteligência e investigação. Mas se fato o crime foi planejado sem qualquer condição de oferecer resistência, pois não se tinha informação nenhuma. Não são modos usuais de comunicação que esse grupo utilizou. E aí chama a atenção o armamento pesado do grupo, de uso restrito das forças armadas e que naturalmente causa pânico com a população”, afirma.

O governador reconheceu ainda que o trabalho de investigação da polícia catarinense ainda pode evoluir mais. “Nós entendemos que a gente pode avançar sim, mas não de forma local. Santa Catarina já desvendou crimes em outras regiões do país através de seu perfil genético da população carcerária. E podemos avançar, sim”, ressalta.

IMPEACHMENT.

Na entrevista, o governador também falou sobre os dois processos de impeachment que enfrenta este ano. O primeiro, de responsabilidade fiscal, já foi arquivado. Agora, dia 14, será julgado o segundo, sobre as compra de 200 respiradores para o estado durante a pandemia. Segundo Carlos Moisés, os dois processos tiveram cunho político.

“Tanto o primeiro processo de impeachment, que foi agora arquivado definitivamente, quanto o segundo, foi absolutamente de cunho político. Nenhum deles se funda em justa causa. O processo tem que ter de fato vontade política, mas também alguma base jurídica, fática a ato do governador. Não há nenhuma ligação do governador e isso foi comprovado pelo relatório da Polícia Federal que atual neste caso”, disse.

“A primeira ação dessa compra desastrosa de respiradores, que não aconteceu apenas em Santa Catarina, com sobrepreço, foi nossa, por determinação minha, com a Procuradoria do Estado, a Fazenda, com relação a essas empresas que não conseguiram entregar. Conseguimos recuperar R$ 14 milhões que estão em uma conta bancária a disposição do Estado e teve sucesso”, afirmou Moisés.

Segundo ele, o estado de Santa Catarina foi vítima de uma proposta mal sucedida, faltou cautela e isso está sendo apurado no trâmite da compra. “O governador não compra e isso tem nos isentado de culpa”.
 
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